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Performance Maura e o esgarçamento de SER. Belém-PA. Março 2016

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Com atuação do ator paraense Denis Bezerra, acompanhado pela indução artística da atriz-performer Rosilene Cordeiro, o trabalho Maura (livremente inspirado no autobiografia "Hospício é Deus" da renomada autora pós-morte, Maura Lopes Cançado, explosão literária pelo mérito em descrever a sua vida-dor como carcerária e doente mental de natureza esquisofrênica como foi laudada  e esquecida por anos em que con-viveu em clausura) corroeu nossas expectativas prementes. A imersão subversiva nessa transa potencial entre literatura-performance-loucura tem como resultado cênico (sempre provisório, pois o trabalho se dá em exercícios e exposições com um grau de roteirização e muitas demãos de experimentação real, circunstacional, eventual) é um jogo de gato-rato em que o ator, aqui pensado como atuante, se atira e se re-descobre toda vez que 'pensa saber que sabe', deslocando-se e de-encontrando-se no 'entre' desse lugartemporal da ação de perfo

Cançada, excessivamente Maura, ao largo de Deus.

Por Rosilene Cordeiro enelisorcordeiro@yahoo.com.br (Atriz-performeira, professora de teatro, pesquisadora independente de corpo e performance) “Significada que só uma psicose, em todo seu esplendor, poderia consumar a longa greve que tinha sido toda sua vida”. (Samuel Becket, citado na abertura de O sofredor do ver. Maura Cançado. Contos. 1968) “Mãe adolescente, mulher rica que chegou a se definir como “esquizofrênica de carteirinha”, aviadora, homicida, cega, prisioneira, escritora genial. A mineira Maura Lopes Cançado (1929-1993) foi tudo isso: saudada como uma das principais promessas da literatura brasileira nos anos 60, “contista revelação” do lendário Suplemento Dominical do Jornal do Brasil – onde trabalhavam, entre outros, Carlos Heitor Cony e Ferreira Gullar – Maura passou a vida adulta entrando e saindo de hospícios e, numa dessas internações, matou outra paciente. Presa num hospital penitenciário, em condições precárias, desenvolveu catarata, ficou ceg