Nevoeiro interpretativo

"O espetáculo é, todo ele, pontuado: divagações, provocações, imperativos e fugas.


A, B e C revezam-se até a exaustão em busca de um lugar onde estar (perdendo-se em si e no outro) ora distanciados, ora aproximados da vela-mor que os faz olhar pra dentro, pros lados, pra fora do território que por alguma centelha de instante os retém.


Os caminhos da narrativa em ato único assumem contornos vazados, embrenham- se entre o aterrador e o ingenuo que carregam, são sós acompanhados, três sozinhos repletos de nada.


Tudo parece apontar uma direção exata quando, de repente, oralizado entre as diferentes e possíveis formas de dizê-lo ele aporta como texto, os arremessa "indefesos", livres ou presos, ao insólito, solúvel, terno ou volátil espaço pulsante expelindo outras ausências, reclamando fluxos outros, novas conexões.


O trabalho do ator aqui consiste apenas em uma leve e certeira condução na qual deixar-se ir é a única forma de ficar."


(Rosilene Cordeiro, Atriz que interpreta personagem C, sobre o espetáculo)


"É um embassado espelho quebrado. Com seus pequenos fragmentos refletindo um lugar interno e coletivo. Onde fica esse lugar? É por conta de quem nele se mira."


( Fabrício de Souzsa, ator que interpreta o personagem A, sobre o espetáculo)



" Em algum lugar de mim são três pessoas emanando uma energia interrogativa e cortante. É como uma raíz que silenciosaente domina e destrói muros e casarões."


(Dario Jaime, ator que interpreta personagem B, sobre o espetáculo)

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