#FEITIÇO - Pré-estreia - VI FICCA 2021

 






Roteiro simples... uma fábula sobre uma misura fabulante, com pouco requinte fabuloso. É sobre mulheres guerreiras e seus filhos ‘degradados’, filhos delas desde Eva até Maria de Nazaré. Bem olhados por Benedito, afogados nas veias córregas da Conceição. Filhos salvo guarnecidos pela barca encarnada da migrante ruiva, labiosa. festeira de renomado coração. Reza a lenda que eram mulheres grandes, essas dos longínquos territórios El Dourados jamais alcançados a olhos vistos, por homem algum, por qualquer homem um. Fêmeas de peito largo e um bico só, tendo o outro seio extirpado por elas mesmas para melhor arquear a flecha cujo alvo foi/é/sempre será invasor. Reza a ‘lenda’, ainda, sobre essas tais icamiabas ‘peito partido’, que eram de um feminino viril, grotesco e invejado dom, montadoras audazes de cavalarias velozes sem homens. Seletivas e astutas, a certa altura dos dias, à noite, atavam redes, teavam arapucas de ‘coitar’ para quem delas atraísse o interesse. E deitavam conjecturas de ânsia lunar em cópulas reprodutivas num sinistro coital. Enluarados ‘ao espelho da lua’ elas os possuíam e largavam às margens de suas montarias de volta. Da fertilização geravam e gestavam suas crias. Na lua grande seguinte os procriadores deviam retornar para notícias do clã. As mulheres paridas, ficavam nas terras e eram criadas por suas mães na mucosa terrena da Deusa. Aos filhos homens era destinado ou a morte, de providencia materna tão logo ao nascer, ou a entrega aos pais, poupados da dor da perda, guardiões do ato para si. As crias-machos, abandonados à vida e à sorte dos homens eram criados longe ‘dali’. Dos que morreram vingou o anonimato, aos que foram ‘filhos-de-pais-sem-mães’, estes ganharam o mundo, as cidades, campos, florestas, margens dos rios, vilarejos, rumos do mundo sem fim. Desse legado sabe-se, apenas, que vivem entre céu e terra a buscarem a e-vocação dos úteros que os pariu, em busca da mãe em si, da Deusa no mundo, dos irmãos perdidos, nos muitos lugares de feitiço, sem religião. Não é sobre ter fé, mas de como ela veio lhes buscar, lá do infinito de tudo. Onde tudo re-começou ou se perdeu, ou se embrenhou como eterno e inconclusivo re-tornar a si, a ser... renascer a Deusa Mãe nesse vagar sem fim, entornar-SI. 4 filhos em ir e vir sem fim... trabalho sem fim... a DEUSA, em seus fins, sem fim. Um #FeitiçoInProgress​, enfim.

Direção de Rosilene Cordeiro


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Tô na Rede - Rádio Educadora 31 MAR 2021- Rosilene Cordeiro - YouTube


Entrevista com Beto Amorim da Rádio Educadora de Bragança/PA.



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