Corpo sincrético: 'A partir das 8' INstalação PERFORMativa na composição de Ewá, a orixá da síntese

O discurso abre o tempo... as linhas de começo


CORPO SINCRÉTICO: “A partir das 8” INstalação PERFORMativa na composição de Ewá, a orixá da síntese.
Por Rosilene da Conceição Cordeiro[1]

         
  Vasculhando coisas entre os tantos acontecimentos com contornos bastante embaçados de algo vivido do qual não guardo detalhada lembrança, guardados no interior daquilo que há de mais remoto em mim, vejo-me entre velas, cuias com bebida alcoólica, crucifixos na parede, imagens desconhecidas, meditações, rezas, cantorias, mesas onde se lia o Evangelho.
Recordo-me claramente das inúmeras vezes em que, tomada pela mão de meu pai, fui levada a benzer-me e a conversar com pessoas que  se vestiam de forma “diferente”, soprando fumaça de cigarro sobre mim, chamando as boas energias pra me proteger e acompanhar- assim diziam elas. Quando chegávamos ao recinto, casebre simples de escasso conforto, já encontrávamos várias pessoas dispostas em bancos lateralizados, esperando a sua vez de conversar com a “Mãe da Casa”. Quando chegava a minha hora, lembro que ela arrancava com força os grampos que sempre trazia à cabeça para “amansar” meu cabelo crespo e avermelhado tingido de sol naquele tempo do qual guardo devota saudade. Dizia ela, a senhora que me atendia, que era preciso tirá-los para poder receber o passe.
Conversava comigo me chamando de “fia” e depois contava tudo pro papai, para ele cuidar para que os perigos não chegassem na gente nem na nossa família. Um procedimento que soava estranho a mim que participava de tudo entendendo muito pouco ou quase nada daquilo que acontecia ali, comigo ou ante meus olhos esbugalhados e curiosos, uma criança na casa de seus cinco ou seis anos aproximadamente. Os encontros eram às terças e quintas-feiras, no cair da tarde transcorrendo sem pressa noite a dentro e me pai era assíduo sempre que estava em terra porque ele era marítimo, passava a maior parte da vida, da sua e da nossa, viajando.
            Nesse tempo claro que hoje pretendo recuperar, encontro-me novamente com o balde de plantas, a panela preta na qual a vovó cozia ervas deixando-as serenar a noite no tempo, “pra tirar o catarro da cabeça da gente” com banhos cheirosos e frios logo pela manhã. Vovó entendia de emplastos, garrafadas (espécie de chá composto de diferentes ervas medicinais travosas da nossa região, selecionadas de forma meticulosa) pra fortalecer o útero, e curava garganta de quem a procurava, adultos e crianças, com limão assado e andiroba, fama que rendeu-lhe o apelido carinhoso de “Vovó Mimita”, uma curandeira bondosa e prestativa - apesar de nunca reconhecer-se como tal. Ela possuía o dom curar as pessoas da mesma forma em que foi ela mesma curada, um dia, de um câncer em fase terminal, graças a sua fé e aos “matos curativos” que hoje usa em favor da saúde de outras pessoas.  
            Em casa tínhamos a Bíblia e falávamos de Deus. Apesar de não a lermos com freqüência lembro-me, saudosista, que eu adorava as histórias que folheava vez ou outra, sobre a criação do mundo, Davi e Golias, Sansão e Dalila, de Josué e as muralhas de Jericó. De Jesus sabia muito pouco ou quase nada.
            A Sutra Sagrada[2] nos acompanhou simultaneamente por grande período: lia-mos Shisokan com recomendação para uso diário e o Acendedor, uma publicação periódica que tratava de assuntos da atualidade e como os membros da seita, que alguns chamavam filosofia japonesa deveriam agir frente aos mesmos. Cheguei a decorar dois mantras japoneses usados no momento das meditações isso por volta dos sete ou oito anos de idade mais ou menos.
Adorava exercitar o riso com as mãos a altura do umbigo- uma prática que ajudava a nos manter alegres e cheios de energia interior- e aguardava ansiosa, o lanche de bolo e suco ao término das reuniões que aconteciam religiosamente às quartas-feiras à tarde em Icoaraci mesmo, nos fundos da casa de uma gentil e acolhedora família japonesa.   Gostava de quase tudo, exceto da incomodação que dava ficar naquela posição estranha e difícil- sentados, pés cruzados um sobre o outro, deixando sempre a coluna ereta e a respiração pausada e profunda comandar o resto do corpo. Ficávamos assim por horas, ouvindo palavras repetidas às quais não conseguia atribuir qualquer significado importante, que não sabia ao certo para que serviam, mas tinha certeza que levavam as pessoas pra um outro plano de concentração talvez, distante daquele onde estávamos, algo que hoje denominaria pelo meu pouco conhecimento de um transe profundo.
Foi na SEICHO-NO-IE que aprendi a pensar positivo todos os dias, a ter alegria de viver, a ver sempre o lado bom das pessoas e dos acontecimentos, tive inclusive o privilégio de ouvir relatos de pessoas que se diziam curadas de problemas por meio do agradecimento cotidiano permanente e do perdão, cuja oração mais parece um hino de louvor a amizade como aqueles belos textos recitados por Davi nos Salmos, mundialmente conhecidos.
Naquela época mesmo gostando de muita coisa pouco compreendia o que tudo que praticávamos lá e nos outros lugares que freqüentava que falavam de Deus, ao mesmo tempo, tinha a ver com a espiritualidade da gente.
Interessante é que, nesse mesmo período, agradava a mamãe durante a semana inteira para no domingo ter o direito a algumas moedinhas que levava comigo à missa das crianças para dar como oferta, mas que na verdade usava para ouvir a historinha no “123” nos telefones públicos em frente a Igreja católica Matriz de São João Batista,  em Icoaraci, sempre que acabava a celebração das crianças, que participávamos após a catequese, onde eu ia para saber um pouco mais de Deus e conhecer outras crianças sapecas e divertidas como eu. Por isso o domingo era o dia mais feliz da semana e o mais aguardado por mim.
Cresci ornada por símbolos, imagens cristalizadas pela lembrança que antes não tinham esse nome: quadros de santos da casa do vovô Diniz e da vovó Minervina (ele era devoto de São Francisco de Assis e Nossa Senhora das Graças e morava num retiro no bairro do Tapanã que se chamava Retiro São João; ela  fervorosa contemplativa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, guardava a terça-feira como um dia sagrado pois acompanhava pelo rádio as novenas da referida santa). Aprendi com eles a cultivar e guardar o culto aos santos, desenvolvendo o gosto por um em especial: São Lázaro do qual tinha uma estátua de gesso, mantida zelosamente sobre a única mesa que tínhamos em casa como adorno e como protetor dos meus cachorros, os quais declarava amar mais  do que as pessoas nesse tempo.
Vez ou outra íamos ao terreiro da “Vó Gadi” (mãe de santo que cuidava da espiritualidade do meu pai, aquela do casebre, para que nada acontecesse com ele no mar em sua vida marítima e para nunca faltar trabalho e garantia do nosso sustento) levando cigarros e bebida pra Dona Mariana[3], a qual ouvi o papai chamar carinhosa e inúmeras vezes, de minha mãe. 
Já minha mãe verdadeira, Higina, Gina pros íntimos, nesse interin, parecia querer fugir do universo da umbanda, sentia-se incomodada com essa mistura toda que fazíamos indo de um lado a outro em busca de Deus, apesar de que a vovó dizia que ela era filha de santo que tinha o Rompe Mato como guia mas decidiu jamais seguir esse caminho,  porque vovó, a curandeira,  abominava essa prática e a identificava como “coisa do demônio”. Ouvi de minha tia irmã mais velha que mamãe não podia ouvir tambor que começava a rodar e falar coisas estranhas e alguém falou de um dom que ela tinha, mas que nunca desejou abraçar.
Hoje entendo que mamãe procurava algum lugar onde sentir-se em paz, aconchegada e livre para seguir um único Deus VIVO e VERDADEIRO como dizia ela sempre enfatizava- que saudade de ouvi-la!. Buscava, na verdade, um único lugar para viver sua crença em algo que desse sentido à uma existência vazia e atormentada, ela que mesmo tão cheia de energia e viço de vida como pessoa encantadora que era, tanto falou de viagens e suicídio durante toda vida. Algo que somente agora começo a compreender.
Um dia, sem que os aguardássemos, os crentes- evangélicos como gostam de ser chamados- chegaram: era o aniversário da mamãe, exatamente no dia 11/01/1986 (difícil esquecer a data posto que o aniversário dela na conta dos dias mais difíceis de toda nossa vida!). A nossa casa simples de quatro cômodos estava toda arrumada, papai viajando e nesse dia não tínhamos o que comer- não poderiam ter chegado num momento de maior fragilidade emocional!. Eles entraram cantando e fazendo festa, eram muitos e parecia que nos conheciam de longa data dado o acolhimento que tiveram conosco. Foi um dia memorável, mamãe ACEITOU JESUS[4] ali, diante de nós chorando copiosamente e querendo dar um basta à vida difícil que tínhamos até então.
 Passei muitos anos ressentida com a mamãe porque quando os “crentes” entraram em casa seu primeiro ato, de súbito, foi pegar meu São Lázaro e arremessá-lo para baixo da mesa com medo do que poderiam dizer sobre o que críamos ali, na intimidade da nossa casa. Um gesto que ficou marcado negativamente em mim como algo pecaminoso e errado.
Foram anos diferentes, bons e igualmente difíceis aqueles nos quais estive com eles, orando em comunidade, participando dos cultos, lendo a Bíblia e freqüentando assiduamente a EBD- Escola Bíblica Dominical- descobrindo pouco a pouco como Jesus nos salvou e o quanto nos amava.  Difícil sobretudo porque papai nunca aceitou a decisão de nossa mãe, o que gerou profundos e sucessivos conflitos domésticos, como a dita guerra santa, que só acabaram quando mamãe faleceu.  Eu sempre participava de tudo, da Igreja e dos conflitos, mas nunca me senti a vontade para aderir aquele credo, pois ele não parecia dizer de mim e do que eu acreditava. Mas fui fiel a minha mãe e a acompanhei enquanto pude e consegui dialogar com aquele mundo diferente e novo.
Até meus quinze anos foi celebrado com culto, porque assim a mamãe desejou. E como era constrangedor para mim conceber o fato de que ali e somente daquele jeito poderíamos servir a Deus de coração, como se nos outros lugares e de outras formas diferentes fosse impossível encontrá-lo, pelo menos assim eu entendia o discurso de pregação praticado naquele templo. No momento que chamavam de Apelo ficava completamente sem jeito para aceitar aquilo que, pelo menos na minha concepção,  já havia desejado e consumado há muito tempo: Jesus já era meu conhecido e já o tinha recebido em meu coração de uma forma muito íntima e particular. Eu precisava, realmente, confessar isso dentro de um lugar específico e para aquelas pessoas? E os meus padrinhos Izomar e Veranice que me batizaram quando ainda bebê, que eu respeitava e gostava tanto? O que aconteceria com o batismo anterior, seria invalidado? Por que dois Batismos se há um único Deus?
O fato é que eu gostava de ir à missa e da mesma forma queria freqüentar o espiritismo sempre que fosse convidada e sentisse vontade. A vizinha Ângela era espírita, tão carismática e tranqüila que queria aprender a ser como ela. Lá, onde ela se congregava e            me levava, aprendíamos sobre mansidão lendo o Evangelho, os professores pregavam sobre o amor e a caridade; o amor incondicional aos mais necessitados era a chave mestra dos estudos dos quais participei. Por esse e por tantos outros motivos, teria eu, realmente, que fazer uma única escolha? Como se em todos os lugares encontrei tantos ensinamentos importantes? O que faria daquilo tudo que já era eu, o que qprendera da vida até então estava intimamente ligado aos lugares que freqüentei e às pessoas que tive o prazer de encontrar pelos muitos caminhos da fé. O que fazer com tudo isso?
Vivi minha vida assim, toda sincretista, refletida em ramos diversos que saiam de um mesmo tronco: tudo tinha seu valor. Cada coisa, do seu jeito, tinha uma relação com Deus  de uma forma bem peculiar. Tudo me refletia um pouco e de tudo um pouco queria beber e aprender, sempre buscando acordar e desenvolver minha natureza espiritual que a cada dia mais queria aflorar e compartilhar vivências de diferentes modos, independente de dogmas e convicções sectárias individuais. Isso me incomodou e entristeceu profundamente por longo período.
Ainda assim, levada por minha mãe e pelas circunstâncias, acreditei ter que tomar uma decisão: escolhi ser católica. Esse gesto implicou em receber o Crisma[5] e a participar de todo um movimento de distanciamento da vida anterior que tão bem me representava, me traduzia como ramo e folhagem. Não consigo precisar o tempo exato em que minha conversão à fé católica e os estudos que realizei no decurso de minha atividade, nos vários segmentos em que tive a oportunidade de atuar- catequese, liturgia, grupo de jovens, monitoria de crisma, pastoral dos enfermos, encontro de casais, entre outros- o momento preciso em que minhas convicções pessoais foram “levando-me” a esquecer o “resto” ou o todo desses outros espaços em que transitei feliz e confusa por longo percurso, territórios que me permitiram significativas descobertas, as quais procuro nutrir até hoje no interior do meu cotidiano, do meu olhar holístico sobre a inteireza da vida.
Os anos passaram e os dias de desencanto, desesperança e caos interior típicos da maturidade chegaram impiedosos. Sentia-me desolada, triste, a procura de algo que não sabia ao certo como chamar. Tudo em que sempre cri pareceu girar em mim como um redemoinho feroz e avassalador. Uma onda gigante de distanciamento e medo, rebuliço grande, atirando-me ao nada onde tudo perdeu a forma, a clareza, doçura e o sentido. Um vazio íntimo, profundo e aterrador no qual me reconhecia só e nua, desprovida de qualquer veste nova ou antiga que pudesse cobrir a minha dúvida e a minha descrença. Tempo concomitante a minha separação do marido e da Igreja a qual pertencia. Sentia-me estranha e desconhecida daquele universo que por considerável tempo chamei de meu.
E foi vagando solitária e sem rumo, no cruzamento da linha da minha vida com a linha do horizonte que contemplei e desejei repousar no colo de EWÁ[6]. Foi ela que no fluxo de uma vida ramo, espraiada em muitas vivências dantes adormecidas, quem soprou um hálito suave e revigorante sobre mim, fazendo-me revisitar minhas memórias de infância e adolescência, numa viagem pessoal e inconfundível que nunca pensei ter que fazer de novo. As ervas, as essências, o varal de casa, o poço fundo que tínhamos no quintal que me convocava a olhá-lo tentando alcançar o fundo, os livros sagrados que guardávamos, o quintal com as árvores frutíferas onde trepamos ainda meninos, eu meus irmãos e primos, onde vivíamos as mais incríveis fantasias, pareciam cômodos abertos que foram revirados como caixas cheias de novidades embaladas  pra presente entregues a uma criança desejosa da surpresa.
Não teria feito este retorno sem meu pai, minhas irmãs e um amigo-irmão de ofício, generoso e sempre presente, o Mailson, que compreendeu meus choros não justificáveis, minha não verbalizada angústia, minha inquietação e dor pelo medo de trair aquilo que e parecia representar a “minha fé”. Com ele tive a oportunidade de construir esse retorno de forma planejada e “segura” voltando ao que sempre representou meu lar, meu recanto (re) conhecido e do qual me eximi por longa e penosa data.
Quando o Professor, diretor e pesquisador de performance Zeca Ligiéro veio a Belém, sem que me atentasse para isso à ocasião, uma camada nova foi acrescentada em mim por meio dos estudos que fiz em sua companhia e a partir dele, uma vez que este despertou a minha vontade intima de aproximar-me com mais acuidade naquilo que já me intrigava a bastante tempo. O mergulho às descobertas cientificas começou ali, nas conversas sobre narrativas orais e performance ritual.
 A professora Karine, quem diria, estava lá: presença, provocação e segurança ela me proporcionou e proporciona pra eu buscar hoje essas matrizes, forças motrizes segundo o Zeca, que me pertencem pela ancestralidade, um tesouro guardado que ela tratou de trazer à tona com cuidado direto para minhas mãos, um universo totalmente desconhecido que agora quero penetrar pela arte e pela fé.
O Professor Claudio Dídima, amigo carinhoso e prestativo que num momento de dor estrema me conduziu ao Luciano, a pessoa que me pegou pela mão e pelo abraço que quero retribuir rendendo-me aos encantos de uma outra visitação espiritual que agora pretendo de forma decisiva. O Maison passou de amigo a irmão de sonho e de fé, parceiro com o qual divido essa mulher que desabrocha  pronta para adentrar esse novo cenário que desponta diante de mim.
Ao encontrar-me em EWA com sua energia ancestral, lendo-a tão somente, senti-me vasta e ao mesmo tempo tão restrita, apequenada e margeada por signos que me reaproximam do terreiro, da pergunta que move a pesquisa me convidando a adentrar seu átrio por meio do arte cênica performativa, pelas lentes do ritual, como um vulcão que acabou de acordar entrando em erupção, sem retorno.
A orixá mutante convida-me  a beber da suavidade com que desenha no ar seu corpo sinuoso e movediço,  pedindo para inscrevê-la no espaço de atuação-criação onde reina livre e esbelta diante de nossa pretensa humani(banali)dade. Reina EWA com ginga, encanto e cadência chamando-me para  um mergulho em minha ancestralidade. Protetora, aponta-me as reminiscências de meu ser crente:  mulher cabocla, energia andrógena entre a pajelança e a afro-brasilidade.  “Menina mestiça” visivelmente marcada pelo trabalho, pela resistência, pelo quadril vibrante e dançante, pela contagiante alegria de um viver ao extremo.
Performance ritual, cultura afro-brasileira, sincretismo religioso e fé misturam-se compondo a matéria da qual ela ergue-se Senhora do Tempo, da síntese da cor e da transformação, alojando-se na fenda inscrita entre arte e vida, vida que vira arte devolvendo-se ao que representa em amplitude mística e força vital.
Percebendo-me hoje física e emocionalmente ligada a essa pesquisa, reencontro traços, ritmos e potências que assinalam uma possibilidade de vislumbrá-la como imagem caleidoscópica, entre os contornos labirínticos de sua existência encantadoramente poligráfica totalmente convidativa à pesquisa-criação no âmbito da religiosidade com aporte no sincretismo religioso que me constituiu o ser humano crente que me constitui diante da trajetória que acabei de expor.
Axé! Que venha a orixá do brilho vasto e rosado, ponta extrema do crepúsculo armado em arco no fim da tarde. Rosilene aninha-se no vértice que te materializa como forma e candura do mundo espiritual paralelo que atravessa nosso presente vivencial.
Que venha EWA em meu corpo sincrético atuante, seu nascedouro florido, cravado de aromas, a “benzer” nossa espera por outro tempo, mais ecumênico talvez, saudado com tua dança e tua proteção, teu legado-presença iluminada que já é, em si mesma, a personificação da própria luz.
“Ri Ró, Ewá!”


[1]Atriz e pedagoga pela UFPA. Especialista em estudos contemporâneos do corpo pelo Instituto de Ciências da Arte- ICA/UFPA. Ministrante de cursos e oficinas nas áreas teatro, literatura e educação ambiental em instituições públicas e particulares de ensino, eventos e afins. Professora na SEMEC/Belém-PA e Técnica Educacional na SEDUC/PA. Integrante da Cia Avuados de Teatro e GT(r)Ua da Universidade Federal do Pará.
[2] Escritura sagrada de prática diária da filosofia japonesa SEICHO-NO-IE criada pelo Profo. e Mestre espiritual Masaharu Taniguchi, que significa LAR DO PROGREDIR INFINITO, da qual tive a oportunidade de participar em boa parte da minha infância.
[3] Reconhecida entidade da umbanda mais conhecida como cabocla Mariana.
[4] Momento mais significativo durante o culto evangélico no qual o pastor convoca os não membros da Igreja a “aceitarem Jesus cristo com seu Senhor e Salvador” fato que se consuma com a adesão à Fé Cristã, devendo ser expressa por meio do Batismo nas águas na presença da assembléia da religião a qual está se convertendo.
[5] Considerado o Sacramento do cristão maduro, é recebido depois de estudos preparatórios para a celebração na qual se recebe a unção com óleo santo, significando a confirmação das promessas do Batismo assumidas agora não mais pelos pais e padrinhos, mas pelo cristão consciente de seu papel social como propagador da Fé católica, por meio do anúncio e da denúncia de tudo que for contrário ao projeto de salvação, começado em Jesus Cristo e levado adiante pelos seus  fiéis seguidores, sua Igreja.



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