Clownvessuras teóricas com o Mestre Marton Maués, na especialização.




Há muito devia pro Prof. Msc Marton Máués um texto. Primeiro prometi um artigo para contribuir conosco sobre as práticas de ensino (se é que assim posso chamá-las; acho que melhor diria conversas teórico- práticas de palhaços em formação!!) que giram em torno desse ser que transborda nosso olhar e arranca nosso riso fácil toda vez que com ele nos deparamos: o palhaço. Bem, nessa necessidade de escrever algo, tive que resolver primeiro essa "coceira" que sinto de dividir com as pessoas, o que pula em mim sempre que estou com ele. O Marton é um a- pai-xo-na-do!!! por aquilo que faz, por isso mesmo o faz tão bem, tão redondo, tão grande e tão simples. Mesmo que diga várias vezes que não gosta de ensinar, de ser professor, ele ama tanto esse universo que tão bem conhece, que também, como eu, tem uma "cuíra" irresistível de dividir esse lugar de alguém que ama com aqueles que podem por meio dele se aproximar desse amor, ou não quem sabe?!rr.
O que eu sei é que não gostava de palhaço!!!
Por mais difícil que possa parecer, eu nunca me imaginei fazendo alguma graça pública e intencional que pudesse saltar ao olhar das outras pessoas como sendo uma palhaçada!! Então exitei muito em fazer técnicas de clown na ETDUFPa, uma vez que começava e logo, logo perdia o interesse e trancava a disciplina. Mas eu devo admitir, pu-bli-ca-men-te tbém!! que isso sempre me incomodou profundamente, mas não sabia ao certo o porquê. Então, finalmente, não podendo mais resistir, fui fazer a disciplina (obrigatória pra me formar!!) e me encontrei com a irreverência, a alegria e a paixão do Marton, ali Professor de clown.
Pra minha grande surpresa, dia- a- dia, ele foi me apresentando um cenário totalmente novo e convidativo, abrindo janelas, portas, brechas e outras conexões no que até então tinha por conceitos em torno da arte de ser palhaço, para me dizer simplesmente - daquele jeito próprio e particular que só ele tem e todos que foram alunos dele bem conhecem!rr- que todos temos um palhaço dentro de si, que se deixarmos pode vir à tona, e eu também tinha um, que aos poucos fui me sentindo a vontade pra "revelar" em cada jogo que ele nos propunha.
O que hoje tem o nome e sobrenome de MUSSARELLA DA BÚFALA BOVINA DA SILVA - título concedido por ele mesmo pra minha palhaça- é o resultado desses belos e memoráveis dias que me ajudaram a compreender a beleza, a riqueza, a grandeza e a profundidade dessa linguagem cênica sem a qual nenhum profissional ator pode pensar sua formação e atuação, sem passar, ainda que superficialmente, por essa experiência.


Bom, eu precisei contar mais esta "historinha" pra dizer que me encontrar com o Marton em dois dias de formação na Especialização em estudos do corpo, consistiu exatamente nisso: o encontro com novos conhecimentos sobre o "meu corpo palhaço", que ele demanda toda vez em que fala do ser clown e, sobretudo, com aquelas técnicas, jogos propostos por ele que nos fazem viajar no tempo em busca de nossas vivências mais significativas, bobas ou ridículas da vida pessoal, que remotam ao tempo em que podíamos brincar de ser qualquer coisa ou ninguém e sentir felicidade com isso, talvez guardando o melhor de nós mesmos no baú da infância.
Quem já o conhecia reviveu bons momentos, quem passou a conhecê- lo, descobriu um professor leve, brincalhão- nenhum pouco pesado ou arrediu, nada a ver com o jeito dele pensar a educação!
Brincamos de ser a gente mesmo, sem vergonhas, inibições ou restrições como crianças experimentando dar as primeiras pedaladas na bicicleta dos sonhos! Isso pra mim foi gigante, e sempre algo que guardo como grande bem da minha formação que ora continua como "fazedora/ pensadora" da cena que pratico, sobre a qual eu penso e que me atravessa a vida.
O Marton me ajuda a me apaixonar cada vez mais por aquilo que eu faço e a crença dele auxilia a minha crença no teatro a crescer cada vez mais.
Ele me aponta um lugar que é possível para se as diversas formas de aprender , sobre os diferentes interesses e as convergências que podem brotar desses diferentes lugares onde tecemos esses olhares por onde passa o fazer cênico na contemporaneidade.
Então eu penso que paixão também se aprende a nutrir... o palhaço tem me ajudado a cultivar a minha.
Por isso de vez em quando pego a minha bicicleta dos sonhos- transfigurada de clown- e saiu por aí pra olhar a vida e brincar de ser feliz com meu nariz vermelho e arrebitado, meu vestidinho e meu sapato xadrez, com meu ursinho sapeca e com meus olhos bem arregalados PRA VER A VIDA MELHOR!..rr


Foto: Acervo pessoal. Saindo às ruas. Mussarella(Rosilene) e Miguxa (Maira) na Avenida Serzedêlo Corrêa, Belém, rumo ao Centro de Convenções HANGAR para intervenção na Feira Vocacional da UFPA, em 2009.

Comentários

  1. ei, pequena, que disse que podias me emocionar assim? sua palhaça!
    muitos beijos e sucesso nessa louca carreira de viver divertindo os outros, seja com lágrimas ou risos.
    marton

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